sábado, 19 de fevereiro de 2011

AUTOBIOGRAFIA MUSICAL

Eu sempre quis ter uma banda!

Eu sempre fui um apaixonado por música. Acho até que essa minha paixão acabou virando obsessão a ponto de sempre me encontrar comprando algo relacionado a esse hobby. Livros, cd’s, revistas especializadas, tudo que leio está ligado mais à musica que a engenharia, minha profissão.
Aprendi cedo a gostar de música escutando Roberto Carlos aos domingos esperando o frango cozido pro almoço. Banquete especial, família reunida e a música mais especial do mundo tocando na vitrola. Meu pai, excelente cantor, foi o maior incentivador de minha musicalidade.
Aprendi violão aos quinze anos. Nunca fui um virtuoso instrumentista, mas tinha um trunfo: um ótimo ouvido musical. Comecei a tocar nas missas dominicais na igreja católica. Minha grande escola. Acompanhar quem não sabe cantar, os desafinados e descompassados me fez crescer como músico empírico, músico de ouvido. Aguçou meu sentido rítmico.
Na década de 90, ao entrar no CEFET, conheci o rock. Fiquei fascinado e me encontrei musicalmente. Aí quis ter uma banda de rock, ser o band leader, o rock star. Nesse mesmo período, um grande amigo introduziu-me no maravilhoso mundo da MPB. Finquei meus pés nesses dois estilos. Só gosto disso.
Ainda na década de 90, aproveitando a oportunidade do meu aniversário, afinal, oferecia cerveja e comida aos convidados,  montamos a banda “tempo perdido” pra animar a festa. Uma escrachada homenagem a minha banda preferida na época: a legião urbana. A banda era formada por mim (violão, guitarra base e vocal), Luis Fernando (guitarra solo e vocal), Jaiminho (contrabaixo) e eventuais bateristas. Grandes shows nas noites de primeiro de novembro. Público garantido, a banda era um sucesso. Com repertório baseado nas canções da legião urbana, capital inicial, titãs, etc. Só rock nacional.
Crescemos, outras ocupações, profissões definidas, viagens de integrantes, falta de tempo e a banda acabou. Mas eu sempre quis ter uma banda. Ficou um gosto doce na boca, gosto de quero mais.
Após período longo de tédio musical, conheci minha esposa, a senhora Moreira, Danielle Magalhães e sua família. Minha esposa, uma cantora com voz frágil, mas afinada como poucas. Voz suave, pequena e detentora de um gosto musical muito parecido com o meu. Pensei...legal! Já tenho com quem escutar música e quem sabe talvez formar um duo. Então conheci minha sogra, voz de contrauto, cantora de corais e de cantigas antigas. Avessa ao repertório atual, mas com uma memória musical atualizadíssima. Minhas cunhadas também cantoras afinadas, e o melhor, gostam de cantar. Meu sogro, o menos cantor da família, mas um dos maiores entusiastas e apreciadores das rodas de violão. Ele viaja fechando os olhos e derramando suas lágrimas saudosas. Meu cunhado, menos cantor ainda, mas não menos importante. É o sambista que virou roqueiro. É “o” marcação da família, o homem da percussão, do ritmo. Aí pensei, sempre quis ter uma banda. Porque não? Claro! Éramos uma banda. Banda sem ensaio, sem frescura, sem repertório definido, mas éramos uma banda. Grandes tardes, grandes noites, grandes shows. Tio Bi, Tio Paulinho, Pavaroti Negro (nosso grande tenor Celso), Lívia, Tia Vera, Tia Catê, Seu Carlito, Carlos Celso, Adriana,... Grandes cantores(as)!
Mas minha nova família (ou seria banda?) só gostava de MPB, músicas antigas e eu sentindo falta de tocar rock. Enfim conheci a peça que faltava em minha vida, Gustavo Babão, o the baba’s. Excelente cantor, um timbre maravilhoso, um vocal rasgado, uma interpretação tipicamente roqueira, uma atitude roqueira. P.Q. pariu! É isso! Vamos montar uma banda. Assim nasceu a banda atitude. Eu (violão e vocal), Martony (percussão e vocal) e Gustavo (vocal e violão). Eventualmente chamamos Luis Fernando para a guitarra solo, mas infelizmente nosso companheiro foi transferido pra São Paulo e nos deixou. A banda, que é uma extensão do empreendimento Atitude Beer, a fábrica de cerveja de Martony e Gustavo, continua na ativa. É bem certo que nossos ensaios são melhores que as apresentações, mas nada que atrapalhe nosso entusiasmo de tocar juntos, afinal, nossas afinidades musicais, sintonia e paixão pela música são maiores.
Sempre quis ter uma banda. Agora faço parte da melhor banda do mundo, A BANDA QUE FABRICA E BEBE SUA PRÓPRIA CERVEJA.


Atitude, tome uma.
   
Stenio Moreira


4 comentários:

  1. é camarada além de excelente engenheiro, violinista, filho, marido e amigo agora apresentas uma nova faceta que é a palavra escrita.
    muito interessante a forma como descreveu suas paixões tudo na medida e bem contada.
    que este espaço que você inaugura aqui nesse blog possa servir de incentivos para outras boas histórias de vida e de persistências.

    Raimundo Fernandes Cunha, Raimundo Neto ou Neto

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  2. Parabéns! Escrever não é para todos... Mas quem te conhece sabe que és um "poeteiro". Vou mandar fazer umas camisas "BEBO A CERVEJA QUE EU FAÇO!" (frente) e "TOME UMA ATITUDE!" + O LOGO (costas). E vamos ao Rock in Rio !!!

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  3. QUEM NÃO TIVER CONTA NO GMAIL PODE POSTAR NA OPÇÃO "NOME/URL". COLOQUE O SEU NOME E EM "URL" COPIE E COLE O ENDEREÇO DO SITE OU DO SEU BLOG (SE TIVER).

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  4. Esse rapaz nunca me enganou.
    Eu sempre achei estranho um "Stenio" com "S" e sem acento.
    hummm...
    Desde o princípio disse a "menina cantora com voz frágil, mas afinada como poucas", Danielle Magalhães, que este rapaz era... humm.. sei lá... Esse cara é especial.
    (risos)
    Especial ao ponto de ter histórias incríveis vividas e, agora, compartilhadas conosco.
    Belíssimo texto construído sob enorme emoção.
    Somos privilegiados de amigos assim.
    Obrigado por tudo.
    Grande Abraço...
    E "Atitude" Sempre... sem moderação!
    kkk

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